31 de dezembro de 2011

Até 2012




365º dia de 2011. O último. A passagem para um novo ano.
Venha 2012.
Venha 2012 com mais um dia.
Serão 366 dias para partilharmos com a família, com os amigos. Para reflectirmos, rirmos (muito), chorarmos (pouco ou nada, a menos que seja de alegria), irmos e regressarmos aos e dos sítios que nos marcam. Velhos e novos sítios. Para lermos mais um livro. Vermos mais um nascer do dia e mais um pôr-do-sol ou muitos, mas só um já é o bastante para engrandecer o coração. Para contarmos estrelas no céu e flores na terra. Para perfumarmos as cozinhas com especiarias e ervas aromáticas. Para servir pratos fumegantes de conforto a quem nos serve de amor e amizade todos os dias.

30 de dezembro de 2011

Projecto Marmita - Semana X



Lanche da manhã
Almoço
Lanche da tarde
Segunda-feira
1 maçã + 1 fatia de bolo-rainha
Cabrito assado com Arroz de miúdos + Salada de grelos, tomate e pinhões + 1 rabanada de leite
1 iogurte de bolacha + 1 fatia de bolo rainha + 1 pêra
Terça-feira
½ maçã + 1 fatia de bolo rainha
Bulgur de cabrito + rabanada de vinho
1 iogurte + ½ maçã + 1 fatia de bolo rainha
Quarta-feira
1 maçã + 1 fatia de bolo rainha
Bulgur de cabrito + rabanada de vinho
1 iogurte + ananás + 1 fatia de bolo rainha
Quinta-feira
1 pêra + 1 fatia de pão
Salada com arroz, lentilhas, frango e ananás + 1 tangerina + 1 bombom
1 iogurte + ½ maçã + 1 fatia de pão
Sexta-feira
1 tangerina + 1 fatia de bolo rainha torrado
Sopa de agrião + 1 fatia de pizza + ½ maçã
1 iogurte + ½ maçã


E como não podia deixar de ser o natal esteve presente em todas as marmitas. Este ano excedi-me nas doçarias que preparei por isso elas encheram os lanches e sobremesas da semana.
Na segunda-feira o cabrito assado veio na marmita com arroz de miúdos no forno. Aos grelos salteados que sobraram, acrescentei um tomate maduro cortado em pedaços e um punhado de pinhões.  O cabrito fez ainda mais duas marmitas, as de terça e de quarta, num bulgur delicioso: ½ cebola picada, 1 cenoura pequena, 1 tomate pequeno e 3 ameixas secas cortados em cubos, tudo refogado em azeite e misturado com cabrito desfiado e ½ chávena de bulgur cozido em água e 3 colheres de sopa do molho do assado. Na quinta a 2 colheres de sopa de arroz branco, juntei lentilhas vermelhas cozidas, 1 fatia de ananás e frango desfiado. Sexta-feira, o fim de uma semana com poucos cozinhados, houve que recorrer ao congelador: ½ dose de sopa e 1 fatia de pizza.  

O pão foi sendo substituído por fatias de bolo-rainha, simples ou torradas, enquanto as houve.

Iogurtes naturais de compra.

Chá verde Gorreana.

E assim encerram as marmitas de 2011. A partir de segunda-feira inicia-se um novo ano de sugestões e partilhas. Até lá!

28 de dezembro de 2011

Pão de pirex de batata


As Festas estão em modo "pausa". De uma semana a outra as sobras da mesa de Natal vão preenchendo refeições. Acabamos sempre por cozinhar mais que a medida e este ano não foi excepção. É imprescindivel ter as iguarias tradicionais e nunca resistimos a acrescentar porque é Natal e a mesa de Natal sem o pão-de-ló, sem o bolo rei (ou rainha), sem o leite creme, sem as rabanadas, sem a aletria, sem o arroz doce, sem...não é mesa de Natal. No final, cada um leva a sua parte de doçaria. A mesa dividida por todos, prolonga-se o Natal e o regojizo da reunião por mais uns dias. O bolo rei torrado acompanha um chá fumegante, tal como o pão-de-ló e uma rabanada depois das refeições sabe sempre tão bem. O bacalhau transforma-se em farrapo velho. O cabrito aquece-se e reinventa-se. E por falar em reinventar, pegamos numas batatas da consoada e transformamo-las em pão. Porque não? Um pão de pirex. Receita simples a descomplicar os dias de cozinha cheia. A espalhar o cheiro de pão quente pela casa. Um cheiro que aquece os dias frios.
Ingredientes:
330 gr. de farinha de trigo T55 + para polvilhar
1 colher de sopa de gérmen de trigo
100 gr. de batata cozida
100 ml de água
75 ml de leite
20 ml de azeite + para untar
1 colher de chá de sal
1 saqueta de fermento seco (usei ramazoti)

Preparação:
Na bimby coloque a água, o leite, o azeite e o fermento. Programe 37º/1,5 minutos/vel.3.
Junte a batata e misture uns segundos na velocidade 5.
Acrescente a farinha e o gérmen de trigo e programe 3 minutos/vel espiga.
Enquanto a bimby trabalha verifique se a massa se descola das paredes de copo, caso contrário acrescente mais farinha - uma colher de sopa de cada vez.
Unte um pirex e respectiva tampa com azeite e polvilhe com farinha.
Retire a massa da bimby para uma superfície enfarinhada e dê-lhe a forma de uma bola. Coloque-a no pirex, unte com azeite e polvilhe com farinha e faça-lhe uns cortes com uma faca.
Tape o pirex e coloque no forno.
Ligue o forno a 220º e deixe cozer entre 40 a 50 minutos.
Quando pronto, transfira o pão para uma rede e deixe arrefecer.
Se não gostar de côdea dura, tape-o com um pano molhado até esfriar (deixei-o assim até ao dia seguinte).

24 de dezembro de 2011

Projecto marmita - Semana IX



Lanche da manhã
Almoço
Lanche da tarde
Segunda-feira
1 tangerina + 1 fatia de pão
Sopa de cozido com agrião + 1 pêra
1 iogurte de bolacha + 1 fatia de pão
Terça-feira
1 kiwi  + 1 fatia de pão
Sopa de cozido com agrião + 1 pêra
1 iogurte de bolacha + 1 maçã + 1 fatia de pão
Quarta-feira
1 tangerina + 1 fatia de pão
Sopa de couve branca + 1 maçã
1 iogurte de bolacha + 1 pêra + 1 fatia de pão
Quinta-feira
1 tangerina + 1 fatia de bolo-rei
Creme de brócolos + 1 pêra
***
Sexta-feira
1 kiwi + 1 fatia de pão
***
***


Esta foi a semana das sopas. Ementa propositadamente escolhida para contra balançar a época festiva que se aproxima. Foi também uma semana mais curta.

Domingo fiz para o almoço um cozido levezinho. Bem pobre, mesmo só com a carne de vaca, batata, cenoura, couve portuguesa e arroz branco. Como sempre, quando faço cozido, cozi batata e cenoura a mais (couve portuguesa nunca sobra) e reservei na própria água de cozer a carne para depois fazer uma sopa. É das minhas sopas preferidas pelo sabor que o caldo lhe transmite e pode ser tão versátil quanto quisermos. Desta vez, depois do creme pronto, acrescentei agrião previamente cozido e na hora de servir enriqueci a de segunda-feira com carne cozida desfiada.  
Na terça já não lhe acrescentei a carne e na quarta veio uma sopa de couve branca.
Na quinta dei continuidade às sopas com um creme de brócolos (juntei cerca de 50 gr. de base de sopa – caseira – que havia congelado, com 50 gr. de água e 70 gr. de brócolos cozidos. Triturei e deixei ferver e rectifiquei os temperos).

Pão: o que havia do dia anterior torrado em fatias finas e ainda algum pão de chocolate picante. Aproxima-se um fim-de-semana de muito trabalho na cozinha, por isso esta semana optei por algum descanso.

Iogurtes caseiros de volta: de bolacha e chocolate, para aproveitar umas bolachas e três pedaços de chocolate de culinária esquecidos na despensa. Ficaram sensacionais no sabor e na textura.

Chá verde Gorreana e chá de Cavalinha, que me tenho esforçado por beber na quantidade certa, nem sempre com o êxito esperado.

E assim passou mais uma semana. A todos desejo um SANTO E FELIZ NATAL na companhia de todos quanto fazem a diferença nas vossas vidas.

19 de dezembro de 2011

Pequenos reis e uma rainha para celebrar a época natalicia


A árvore de Natal já está no sitio que lhe pertence. Decorações antigas e decorações novas saltaram das caixas no dia 8 de Dezembro. Marcam etapas de uma vida que se vai fazendo, construindo todos os dias. Dá abrigo ao presépio pequenino. No centro da mesa a coroa e a vela vermelha. O azevinho na jarra. As prendas compradas e embrulhadas. Uma lembrança que diz o apreço que sentimos. A alegria por fazerem parte da família, a pequenina ou a mais alargada.  
Na cabeça já baila a lista dos comeres natalícios, as listas de compras e a organização na cozinha. Até lá vamos procurar fazer coisas mais simples, mas já a saber a Natal. A semana passada as tradicionais rabanadas de leite inauguraram a época festiva, desta vez foi a vez de um pacote de farinha Branca de Neve, quase em fim de vida, sair para as luzes da ribalta. os afazeres de fim-de-semana impuseram que a MFP desse o seu contributo. Um bolo rainha e uns pequenos Reis, ou príncipes, talvez, deram continuidade às festas anunciadas.



Ingredientes:
1 pacote de farinha para pão brioche Branca de Neve
220 ml de leite morno
1 cálice de vinho do Porto
Sumo e raspa de 1 laranja
Raspa de 1 limão
200 gr. de frutos secos a gosto (nozes, pinhões, avelãs e amêndoas)
Fruta cristalizada para os "pequenos Reis"
50 gr. de açúcar em pó*
Geleia ou mel para pincelar o bolo
Spray para untar Espiga  ou manteiga
Farinha de trigo para polvilhar



Preparação:
A Rainha:
Na cuba da MFP deite o leite morno, o vinho do Porto, o sumo e raspa da laranja e raspa do limão.
Acrescente a farinha e programe "Massa" ou "Massa leveda".
Quando o programa chegar ao fim, inicie novamente o mesmo programa.**
Ao sinal sonoro acrescente metade dos frutos secos grosseiramente partidos.
Deixe levedar e amassar novamente.
Quando a MFP terminar o seu trabalho transfira a massa para uma superfície polvilhada com farinha e reserve uma pequena porção para os "reizinhos".
Com a maior quantidade e massa faça uma bola e abra um buraco no meio, colocando nesse buraco uma forma untada para evitar que ao voltar a levedar o mesmo se feche. Distribua frutos secos pelo bolo pressionando ligeiramente para se fixarem e deixe levadar novamente durante 45 minutos (coloco o bolo no forno ligado a 50º).
Leve a assar em forno pré-aquecido a 200º*** até a massa estar cozida. Se necessário cubra com folha de alumínio para não queimar.
Retire o bolo do forno, deixe arrefecer, pincele com geleia ou mel e polvilhe com açúcar em pó.

Os "pequenos Reis":
Unte formas de queques com o spray ou com manteiga derretida e polvilhe com farinha.
Com a massa que reservou faça pequenas bolas. Coloque cada uma numa forma e ponha em cada uma frutos secos e/ou cristalizados.
Deixe levedar em local morno até o bolo rainha estar pronto.
Entretanto reduza a temperatura do forno para 170º e quando tiver atingido esta temperatura coloque as forminhas a assar por 10 a 15 minutos.
Retire, deixe arrefecer e polvilhe com açúcar em pó.

Notas
* - Pode triturar açúcar normal na bimby
** - pode fazer só uma fase de levedação na MFP, nesse caso deve juntar os frutos secos ao sinal sonoro respectivo.
*** - não costumo retirar o bolo do forno enquanto aquece até aos 200º, mas isso pode fazer reduzir o tempo de cozedura do bolo. Penso que no meu forno os 200º são muito elevados, deixando o bolo com um tom bem dourado (muito a gosto, lá de casa aliás) e a massa um pouco mais seca. na próxima vou reduzir para os 190º ou até 180º.

17 de dezembro de 2011

Projecto Marmita - Semana VIII



Lanche da manhã
Almoço
Lanche da tarde
Segunda-feira
1 kiwi + 1 fatia de pão
Sopa de couve branca + 1 pêra
1 iogurte de soja + 1 tangerina+ 1 fatia de pão
Terça-feira
***
***
***
Quarta-feira
1 pêra + 1 fatia de pão
Bulgur com maçã, brócolos e romã + 1 tangerina
1 iogurte natural + romã + 1 fatia de pão
Quinta-feira
1 pêra + 1/2 fatia de pão
Bulgur com frango, couve-flor, nabiças  e sementes de girassol + 1 tangerina
1 iogurte natural + romã + 1/2 fatia de pão
Sexta-feira
1 kiwi + 1/2 fatia de pão
Sopa de couve branca + 1 fatia de pizza
1 iogurte natural + 1 tangerina + 1/2 fatia de pão


Domingo foi dia “não” na cozinha. Daqueles dias que até o mais básico nos sai mal, por isso não fiz muitas preparações para a semana de marmitas. Nem pão, nem iogurtes. Limitei-me a fazer uma sopa de couve branca e a cozer ao vapor brócolos e couve-flor que guardei para usar mais tarde.
Então, segunda-feira foi dia de sopa, na terça não houve marmita e na quarta-feira estreei o bulgur numa salada com maçã, brócolos ao vapor e romã. O bulgur repetiu no dia seguinte, desta vez na companhia de frango grelhado, couve-flor e nabiças salteadas, tudo “polvilhado” com sementes de girassol. Sexta-feira foi uma excepção às minhas marmitas usuais: o fastfood veio com uma fatia de pizza, mas contra-balançada com uma sopa de couve branca feita para o jantar de quarta-feira.
Pão: o que havia do dia anterior torrado em fatias finas.
Iogurtes de compra: 1 de soja com aroma de morango e os restantes 4 naturais.
Chá verde Gorreana e chá de Cavalinha.

15 de dezembro de 2011

Creme de abóbora assada aromatizada com tomilho e alecrim



O blogue "Menu Verde" fez 2 anos e a Pammy Sami lançou-nos um desafio muito interessante: vamos fazer um prato vegetariano com "comida local". Ingredientes vindos da nossa horta, se a tivermos, ou adquiridos a um produtor local ou que tenha sido oferta da nossa vizinha que tão bem trata do seu quintal, etc.
Para quem vive na cidade pode parecer difícil encontrar produtos produzidos na região, de forma sustentada e local, sem ser através da produção maciça em estufas que depois enchem as prateleiras dos supermercados, mas a verdade é que há sempre alguém que nos faz chegar uma cesta de fruta ou de hortaliças vindas do quintal de alguém. Confesso que vibro com estas ofertas e quando encontro quem produza e venda estes produtos horticolas, lá estou a comprar.
Lá por casa não temos terra para cultivar, mas há espaço para uma pequena estufa de aromáticas. Não tem sido fácil fazê-las vingar com êxito. Se queremos evitar o uso de pesticidas ou produtos químicos, lutar contra pragas é uma batalha quase inglória (que o digam o mangericão e oregãos), mas vamos tentando e experimentando. Neste momento, além do cebolinho, sobrevivem as plantas de caules fortes e lenhosos: o alecrim e o tomilho, que por acaso são dos meus aromas preferidos em aromáticas, por isso lancei um punhado delas neste creme outonal e festejo, assim, os dois anos do Menu Verde.

 Ingredientes:
1 talhada de abóbora menina
1 cebola
1 dente de alho
2 batatas pequenas (de assar)
Alecrim, tomilho e  cebolinho q.b. da minha "horta"
1 caldo de legumes (caseiro de preferência)
Sal q.b.
Azeite q.b.

Preparação:
Tradicional:
Descasque a abóbora e corte-a em cubos. Coloque num recipiente de ir ao forno, polvilhe-a com sal e com as ervas aromáticas e regue com um fio de azeite.
Leve a assar em forno pré-aquecido a 200º até estar macia.
Numa panela deite um fio de azeite, acrescente a cebola cortada em rodelas, o alho esmagado e as batatas descascadas e cortadas em cubos.
Deixe refogar em lume baixo/médio até a cebola estar transparente.
Acrescente a polpa de abóbora e o caldo de legumes. Cubra com água e deixe cozer os legumes.
Se quiser um aroma mais intenso junte uma "boneca" de cheiros: alecrim, tomilho, cebolinho e outros aromas a seu gosto, amarrados com fio de cozinha a que deixa uma ponta longa para amarrar à asa da panela, assim é mais fácil retirar no fim da cozedura.
Quando os legumes estiverem bem cozidos, retire a boneca de cheiros se a usou e triture os legumes.
Verifique a cremosidade e rectifique os temperos (como usei o caldo de legumes só tempero de sal neste momento). Se necessário acrescente água e nesse caso deixe levantar fervura novamente.
Sirva quente, simples ou acompanhada com crutons ou sementes de abóbora tostadas.

Bimby:
Descasque a abóbora e corte-a em cubos. Coloque num recipiente de ir ao forno, polvilhe-a com sal e com as ervas aromáticas e regue com um fio de azeite.
Leve a assar em forno pré-aquecido a 200º até estar macia.
No copo da bimby coloque a cebola partida em quartos, o alho esmagado e as batatas descascadas e cortadas em cubos. Junte a polpa de abóbora o caldo de legumes e cubra com água.
Junte um fio de azeite.
Programe: 100º/25 min/colher inversa/vel 1.
No fim do tempo triture: 3-5-7-9, progressivamente, durante 1 minuto.
Verifique a cremosidade e rectifique os temperos (como usei o caldo de legumes só tempero de sal neste momento). Se necessário acrescente água e nesse caso programe mais 5 minutos na mesma temperatura e velocidade.

14 de dezembro de 2011

Dourada no forno com aromas da minha "estufa" e couves de bruxelas salteadas




Não é uma horta, nem nada que se pareça. É mais uma pequena estufa onde tentamos criar e manter algumas ervas aromáticas. Algumas com sucesso, outras nem por isso (o mesmo já não dirão algumas lagartixas que por lá apareceram...). Neste momento tenho três lindos vasos com tomilho-vulgar, tomilho-limão e alecrim. Tenho também algum cebolinho. A salsa está pequenina, ainda a crescer depois de uma primeira safra. O poejo teima em arragar-se à terra, formando um tapete no vaso e a hortelã secou. Também restam poucas folhas de lúcia-lima e quanto às malaguetas conseguimos colhê-las todas maduras e deixamos secar. Foi a nossa sorte porque a planta não resistiu  às lagartas comilonas. Como o nosso terraço é muito seco e ventoso vamos deixar a estufa descansar até à Primavera e depois veremos que novos aromas por lá irão nascer. Para já vou-me servindo com mãos cheias de tomilho e alecrim que não dispenso para temperar carnes, peixes ou legumes, a que junto, sempre que possível o paladar das laranjas que crescem ao "Deus dará" numa profusão de frutos sumarentos que fazem vergar os ramos das árvores.


A dourada é um dos peixes favoritos lá por casa. Assada, no forno ou na brasa quando o tempo o permite. Um dos sabores que imediatamente ligo ao peixe é o do limão e, por arrasto, o da laranja. Gosto de fazer uma marinada cítrica para temperar o peixe. Gosto de lhe juntar uma mão cheia de salsa quando a tenho. Se não há salsa então há sempre tomilho e alecrim. Um bouquet de aromas para servir à mesa.

Ingredientes:
2 douradas
1 limão
1 laranja
Alecrim, tomilho e cebolinho a gosto
1 folha de louro
1 fatia de presunto (a distribuir entre as douradas e as couves-de-bruxelas)
2 dente de alho
Pimentão doce q.b.
1 dl de vinho branco
1 cebola
1 tomate
1 cenoura
Batatas q.b.
Couve de bruxelas q.b.
Azeite q.b.
Sal q.b.

Preparação:
Amanhe as douradas ou peça na peixaria para o fazerem por si. Dê um golpe em diagonal no lombo de cada uma.
Nesse golpe entale um dente de alho esmagado e um pouco de louro.
Encha a barriga das douradas com uma rodela de limão, um pouco de presunto, ramos de alecrim, tomilho e cebolinho.
Polvilhe de sal e regue com sumo de laranja, sumo de limão e vinho branco.
Deixe a tomar gosto por uma a duas horas (pode ser menos se não tiver tempo).
Numa assadeira faça uma cama com a cebola, o tomate e a cenoura cortados em rodelas. Coloque as batatas cortadas em gomos à volta da assadeira e polvi-lhe-as com pimentão doce.
Polvilhe de sal e regue com um fio de azeite.
Leve ao forno, pré-aquecido a 220º, até os legumes estarem amolecidos e as batatas douradas (cerca de 30 a 45 minutos).
Reduza o calor do forno para 180º coloque as douradas sobre a cama de legumes, polvilhe com sal se necessário, regue com mais azeite e com a marinada. Leve a assar, regando o peixe com o molho para não secar e virando a meio do tempo.
Entretanto coza as couves de bruxelas "al dente". Coe toda a água e reserve as couves.
No mesmo tacho, bem seco, deite um fio de azeite, presunto em pedacinhos e um dente de alho picado.
Aqueça o azeite e assim que o alho começar a libertar os seus aromas junte as couves. Envolva e salteie por 4 a 5 minutos.

10 de dezembro de 2011

Projecto Marmita - semana VII



Lanche da manhã
Almoço
Lanche da tarde
Segunda-feira
Uvas + Pudim de pão e maçã (1/2 dose)
Sopa de agrião + 1 banana
1 iogurte caseiro + 1 tangerina+ Pudim de pão e maçã (1/2 dose)
Terça-feira
1 maçã + 1/2 fatia de pão
Legumada com lentilhas e peixe  + 1 kiwi
1 iogurte natural + 1 tangerina + 1/2 fatia de pão
Quarta-feira
1/2 maçã + 1/2 fatia de pão
Legumada com lentilhas e ovo esclafado  + 1 kiwi
1 iogurte natural + ½ maçã + 1/2 fatia de pão
Quinta-feira
Feriado
Feriado
Feriado
Sexta-feira
1 kiwi + 1 queque
Legumada com lentilhas e arroz + ½ maçã
½ maçã + 1 iogurte + 1 fatia de pão


Segunda-feira veio na marmita a sopa de Domingo e um doce de pão e maçã.
Na segunda-feira á noite cozi um resto de lentilhas vermelhas que estavam na despensa. 150 gr. delas para ser mais precisa. Dividi em 3 porções e congelei 2 delas. Fiz ainda um estufado de legumes com cebola, alho, pimento, cogumelos e cenoura a que juntei a restante porção de lentilhas. Ao todo este estufado daria para 2 a 3 refeições.
Na terça-feira enriqueci esta legumada com uma posta de pescada cozida e na quarta com um ovo escalfado (simplesmente adoro estes estufados de legumes com ovos escalfados). Como não tinha intenções de voltar a comer lentilhas esta semana congelei o restante. Pensava que sendo feriado na quinta acabaria por fazer um bulgur com maçã e romã e mais uns retoques. Bom, o feriado acabou por ser de preguiça e depois do almoço e de um bolo-rainha foi-se a vontade de voltar à cozinha. Lá saiu o estufado do congelador a que juntei um pouco de arroz branco. Com a massa do bolo-rainha fiz, além do bolo, uns pequenos queques. Uma brincadeira.
O pão da semana continuou a ser o de chocolate e malagueta. Como a receita deu um pão grande, fatiei e congelei. Todas as manhã tiro uma fatia do congelador e aqueço na torradeira, assim já vai descongelado na marmita (também podia levar assim mesmo para o local de trabalho, onde também uma torradeira).
Dos iogurtes, o de segunda-feira foi o ultimo de limão e lúcia-lima e os restantes iogurtes naturais de compra.
Chá verde Gorreana e chá de Cavalinha continuam. Sou um pouco esquisita com os chás, daí que “adopto” quase sempre os mesmos.

8 de dezembro de 2011

Pão de chocolate e malagueta




Sílvia entrou na padaria. Se havia uma boa maneira de começar o dia era sentir o cheiro do pão acabado de sair do forno. Todos os dias fazia de questão de comprar pão fresco pela manhã na padaria que ficava perto do local de trabalho. Entrava, absorvia os cheiros e mirava as prateleiras cheias de pão. Todos os dias era sempre tão difícil a escolha. Normalmente escolhia um pão diferente, embora por vezes se deixasse tomar de amores por determinado sabor e cheiro e durante dias optava sempre o mesmo.  Certa manhã deparou-se com um cesto de palhinha forrado com um pano branco cheio de pães de chocolate.  De imediato lhe vieram à memória recordações de infância cheias de aromas e sabores. Não sabia bem o porquê dessa reacção uma vez que nunca tinha comido pão de chocolate, mas viu-se há muitos anos atrás, juntamente com a sua amiguinha do coração, a Mariana. Teriam uns 7 ou 8 anos. Lanchavam em casa da avó Rita, na mesa de ferro posta sob a sombra do velho limoeiro, ao fundo do quintal. Uma toalha de linho e a louça de porcelana, porque queríamos “lanchar como as senhoras crescidas”. A Mariana trouxera pão feito pela avó dela. Ainda vinha morno com o cheiro da lenha do forno onde cozeu. A avó Rita serviu o chá de cidreira, da cidreira que crescia no quintal, as fatias do pão barradas com manteiga e duas fatias pequenas de um bolo de chocolate que fazia como ninguém. Lá ficaram toda a tarde a tagarelar sobre “os trabalhos, os maridos e os filhos”, como se fossem gente crescida. Mimos de avó. O pão e o bolo de chocolate num cumplicidade de uma  amizade infantil. Terá vindo daí a memória, talvez.
Nesse dia não hesitou quando escolheu o pão. Seguiram-se as horas de trabalho e o cheiro do pão bailava-lhe na memória. O melhor pão da avó da Mariana com o melhor bolo de chocolate da avó de Sílvia. O que seria da Mariana? Teria a vida sorrido para ela? Esperava bem que sim. Sílvia desejou que, apesar da distância e da ausência , continuassem a partilhar essa memória de pão e chocolate. Se Sílvia soubesse fazer pão hoje faria um pão de chocolate. O fermento do pão pela amizade e o sabor do chocolate pela cumplicidade e porque a vida é, por vezes tão surpreendente e provocadora, uma pitada de malagueta a acrescentar calor a essas memórias.



Um pão para brindar a boas memórias:
Pão de chocolate e malagueta
(fonte: "200 Receitas de Pão”)

Ingredientes:
250 ml de água
350 de farinha
50 de farinha de milho
3 colheres de sopa de óleo
1 1/2 de chá de sal
1 1/2 de flocos de malagueta
1 colher de chá de canela
75 gr de chocolate negro ralado
2 colheres de sopa de xaropa de agave
1 1/2 de chá de fermento seco

Preparação:
Coloque os ingredientes pela ordem indicada na MFP.
Programe “pão básico” ou “pão normal”.
Quando o programa terminar retire o pão e deixe arrefecer sobre uma grande.

Post Scriptum:

Notas:
- Os nomes e factos do texto são ficcionais.
- Com esta receita participo no desafio “Chocolate e picante: um desafio de receitas com histórias dentro”, promovido pelo blogue “Gourmets Amadores” em parceria com a Casa das Letras.

Se Silvia soubesse fazer pão teria misturado e amassado todos os ingredientes à mão, com tanto empenho e amor quanto a avó de Mariana usava no seu pão ou mesmo a sua avó no bolo de chocolate, mas Silvia, moça moderna, não se sentia com grande queda para estas coisas da culinária com mais complexidade, por isso, tal como a sua avó louvou as modernices que eram, no seu tempo, a máquina de lavar roupa e o fogão eléctrico, entre outras coisas, e comprou uma máquina de fazer pão.
Enquanto o pão amassava, levedava e cozia, aqueceu, quase até à ebulição, uma quantidade generosa de água e deitou umas quantas folhas de cidreira. Deixou a infusão abrir e tomar todos os seus sabores. Dirigiu-se à sala e retirou do fundo de uma gaveta um album de fotografias. Via-se, pela capa, que já era antigo. Abriu-o e começou a folhear até encontrar aquela fotografia das duas meninas , lanchando à sombra de um limoeiro. Lá estavam elas, o pão e o bolo. Que bom a vida ter-lhe providenciado tão boas memórias!

7 de dezembro de 2011

Uma aventura e um pão - o meu primeiro isco




Foi uma aventura. Por entre ansiedade, expectativa, erros, falhas, enganos e por fim um resultado. Segui as indicações que encontrei no blogue "Zine de Pão" e comecei com uma tentativa completamente falhada. Não desisti. Voltei a tentar. A meio do percurso uma alteração inesperada, um erro até, mas decidi seguir até ao fim. Afinal, faltava já tão pouco para concluir o processo. E ainda bem que o fiz. O resultado é um pão de sabor mais "azedo", um sabor que já não se encontra no pão que compramos nas padarias industrializadas. Um sabor que me trouxe à memória o pão de centeio de Montalegre e que eu não dispensava nos meus regressos a casa ao fim-de-semana. Ao meu lado, no carro, ainda morno, beliscado gulosamente no pára e arranca do trânsito. Chegava a casa já só com quase metade daquela grande bola, que era depois  congelada em fatias e uma a uma voltavam a sair do congelador, directamente para a torradeira ou para o forno, barradas com a manteiga que se derretia ao contacto com o calor. Ao pequeno-almoço e ao lanche e a qualquer outra hora em que apetecia uma fatia de pão confortante.
Não registei o crescimento do isco, mas como será para repetir a experiência ...

O ISCO

1ª fase (3 dias):
Ingredientes:
100 gr. de farinha de centeio integral
100 gr de água tépida
1 colher de chá de mel (opcional)

Preparação:
Usando um frasco de boca larga, misture todos os ingredientes, tape com papel aderente e guarde num local morno. Se tiver armário junto ao frigorífico é uma boa opção, eu comecei por guardar perto do fogão, depois experimentei um armário perto de uma janela solarenga e finalmente o forno (desligado, claro).
Este é o primeiro dia do acontecimento.
A partir daqui conte mais 2 dias (serão 3 dias ao todo para a primeira fase) e a cada 12h00 agite o frasco.
Na minha primeira tentativa este foi também o fim do processo: a farinha acabava sempre no fundo do frasco separada da água.
Desisti. Deitei fora a mistura e aguardei uns dias antes de voltar a tentar.
Recomecei, mas desta vez não juntei o mel. Misturei no frasco a farinha e a água tépida, envolvi, tapei e guardei. Do 1º ao 3º dia, de 12 em 12 horas agitei o frasco. A mistura manteve-se agregada e começava a ver reacção.

2ª fase (manhã do 4º dia):
Ingredientes:
90 gr. de farinha de centeio integral
100 gr de água tépida

Adicionar a farinha e a água ao isco, voltar a tapar com papel aderente e deixar descansar em local morno.

3ª fase (noite do 4º dia):
Ingredientes:
50 gr. de isco
60 gr. de farinha de centeio integral
100 gr de água tépida

O isco já formava bolhas.
Retirei do frasco 50 gr. do isco e reservei. Deitei fora o restante, lavei e sequei o frasco para ser usado na continuação do processo: misturei o isco reservado com a farinha e a água tépida. tapei com o papel aderente e voltei a guardar em local morno.

4ª fase (manhã do 5º dia)*:
Ingredientes:
50 gr. de isco
112 gr. de farinha de centeio integral
100 gr de água tépida

Mais uma vez reservei 50 gr. de isco e deitei fora o restante. Ao isco reservado juntei a farinha e a água indicadas. Tapei o frasco e deixei descansar até á noite.

5ª fase (noite do 5º dia):
Ingredientes:
50 gr. de isco
100 gr. de farinha de centeio integral**
100 gr de água tépida

Repeti o processo da manhã.

6ª fase (6º dia):
O isco cresceu, tinha bolhas e um cheiro ligeiramente avinagrado. Tapei o frasco e guardei-o no frigorifico.
Assim ficará até ser utilizado, tendo o cuidado de o alimentar uma vez por semana:
50 gr. de isco
100 gr. de farinha
100 gr  de água
Tudo misturado, tapado com película aderente e a descansar em local morno durante mais doze horas, voltando de novo ao frigorífico, tapado.

* - Por motivos de "agenda" deixei descansar mais um dia, pelo que o 5º dia corresponde, no meu caso, a um 6º dia.
** - Como entretanto tinha acabado a farinha de centeio fui comprar mais um pacote, mas ao retirar da prateleira não reparei que agarrei num saco de farinha de trigo integral que estava colocado fora do sitio. Só reparei quando precisei de o utilizar, mas como já estava no fim do processo avancei mesmo assim.

O PÃO


O meu isco esteve uma semana no frigorífico e como pretendia preparar o pão no fim-de-semana na sexta-feira à noite alimentei-o conforme acima referido. Sábado de manhã voltou ao frigorífico até às dezoito horas, hora a que o retirei e deixei à temperatura ambiente durante cerca de duas horas. Comecei então a preparar o pão, não sem antes ter espreitado outras "padeiras amadoras", como a Moira e a Ana a que acrescentei um pouco do meu instinto e também alguma preguiça.

Ingredientes:
180 gr. de isco
500 gr. de farinha T65 Espiga
250 gr. de água
1 colher de chá de sal

Preparação:
Misturei o isco, a farinha e água e amassei (utilizei a bimby: 2 minutos na velocidade espiga), juntei o sal e voltei a amassar (1 minuto velocidade espiga).
Transferi para uma taça untada com azeite, cobri com um pano e deixei duas horas á temperatura ambiente.
Findo esse tempo guardei a massa no frigorífico durante toda a noite, tendo-a retirado cerca de 4 horas antes da hora que previa levar o pão ao forno.
Transferi a massa para um tacho de barro, polvilhei com farinha e deixei-a levedar.
Foi ao forno pré-aquecido a 250º durante 20 minutos tendo descido a temperatura para os 200º depois desse tempo.
No fundo do forno coloquei um tabuleiro com água para que com a acção do calor do forno se produzisse vapor de água que ajuda a que o pão se apresente com uma crosta mais crocante.
Cozeu durante 40 minutos e arrefeceu sobre uma grande.

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