31 de outubro de 2011

Bolo vintage de baunilha



Um bolo com um ovo só! Também os há sem ovos, eu sei, mas normalmente requerem substituições que poderão não ser do agrado de todos e este parecia-me um perfeito bolo de iogurte para adoçar os fins-de-semana. Foi publicado pela Moira em Novembro do ano passado e desde então que o guardo à espera do momento certo, tal como tantas outras receitas, algumas até bem mais antigas, que esperam o seu dia de ribalta. E um dia destes quando num relance de olhos à despensa dei com um pacote de farinha de milho prestes a experir o prazo de validade decidi que tinha chegado o momento deste Bolo Vintage. Dei-lhe um toque abaunilhado e reguei-o com curd de laranja. A baunilha porque me pareceu bem, embora não seja muito fã e a laranja porque as tinha em abundância para gastar. O resultado foi um bolo leve, talvez um pouco doce de mais para o meu gosto, daí ter acrescentado, no momento de servir, umas colheradas de iogurte grego natural.



Ingredientes:
1 chávena de farinha de trigo
1 chávena de farinha de milho
1 colher de café rasa de açúcar baunilhado
3 colheres de café de fermento em pó
60 gr. de óleo de girassol (manteiga no original)
1 chávena e meia de açúcar amarelo
1 ovo
1 chávena de iogurte natural
Spray espiga para untar a forma
Curd de laranja q.b. ou iogurte grego natural

Preparação:
Peneire as farinhas com o fermento e o açúcar baunilhado.
Misture o óleo até a massa ficar com aspecto de areia molhada.
Junte o açúcar, o ovo e o iogurte.
Unte a forma com o spray (usei uma forma de cano pequena) e verta a massa.
Leve ao forno pré-aquecido a 180º até o bolo cozer (verifique com o teste do palito). No meu forno foram suficientes 40 minutos, tendo tapado o bolo a meio do tempo com uma folha de aluminio.
Desenforme e sirva com o curd de laranja ou o iogurte natural.

29 de outubro de 2011

Projecto Marmita - Ementa - Semana I

Segunda-feira: coelho assado desfiado e envolto em arroz de forno e legumes salteados (tudo do almoço de domingo). Fruta: ameixa, uvas e tangerina. Iogurte natural. 1 fatia de pão.
Terça-feira: coelho assado, arroz de forno e tomate-cereja. Fruta: ameixa, kiwi e pera. Iogurte natural. 1 fatia de pão.
Quarta-feira: Sopa juliana e 2 queques de tomate-cereja, feta e majericão. Fruta: uvas, maçã e tangerina. Iogurte natural. 1 fatia de pão.
Quinta-feira: Carne e batata estufados com brócolos cozidos. Fruta: kiwi, pera e ameixa. Iogurte natural. 1 fatia de pão.
Sexta-feira: Picadinho de carne e ovo com legumes salteados (alho francês, pimento amarelo e tomate cereja). Fruta: ameixa, pera e tangerina. Iogurte natural. 1 fatia de pão.




Notas:
As refeições confecionadas podem guardar-se no frigorifico com toda a segurança durante 2 ou 3 dias sem perda de qualidade e sabor. Se estiver a prever que não as vai consumir nesse prazo então é preferivel congelar em doses individuais e retirar do congelador de véspera.
Gosto sempre de juntar à marmita alguns legumes. A maior parte das vezes cabe a sorte ao tomate-cereja, de que eu gosto imenso. Sou muito parca com os temperos e não é dificil comer as saladas ao natural, sem adição de sal ou gorduras, mas para quando me apetece um tempero tenho na "copa" azeite e sal aromatizado.
O coelho de segunda e terça foi o que sobrou do assado do almoço de domingo, tal como o arroz e os legumes salteados. A sopa de quarta-feira também foi feita no domingo à noite.
A carne estufada de quinta e de sexta foi o jantar de quarta-feira. Como sobrou um pouquinho, juntei-lhe 1 ovo cozido que tinha no frigorifico e fiz um salteado de legumes simples, que é sempre uma boa solução para juntar as verduras à refeição.

28 de outubro de 2011

Leituras na cozinha

Quase invariavelmente, quem gosta de cozinhar gosta também de livros de receitas. Eu juntei uns tantos que se vão acumulando nas estantes e viajando à vez para a cozinha ou para a sala ao sabor da vontade. Raramente faço as receitas que por lá andam, mas são uma fonte de inspiração e além disso adoro folheá-los. Sou capaz de passar horas a virar e revirar as folhas, a ver as fotos, a ler os pormenores de confecção, a imaginar os sabores, a criar alternativas a partir daquelas receitas.
E para quem gosta de livros de cozinha como eu não podia deixar a novidade: a wook.pt está, por estes dias, a lançar "Em 30 Minutos com Jamie Oliver" e, em simultâneo, a fazer uma campanha em que põe à disposição do público uma série de livros do Jamie com 40% de desconto. Fica aqui a novidade para quem gostar do Jamie Oliver. (cliquem nas imagens, todas retiradas da wook.pt, para serem redireccionados para a página respectiva).









Queques de tomate cereja, feta e mangericão



Foi a última ronda de tomate-cereja do verão. Já maduros q.b. a pedir uso quase imediato reservei uma quantidade generosa para as saladas e o restantes voltei a preparar deste modo* (mas sem ter ligado o forno pela segunda vez e usando folhas de manjericão frescas em vez dos oregãos). Alguns utilizei nestes queques e os restantes guardei, depois de escorrida toda a água que libertaram entretanto, num frasco cobertos de azeite (utilizei o azeite que sobrou do queijo feta) para usar em em pratos de massa ou saladas quentes.
Se estivessemos em pleno verão estes queques dariam um mote para um pic-nic, mas não havendo pic-nic nos dias de frio farão algumas das minhas marmitas. 


Para 12 unidades
 Ingredientes:
1 chávena de farinha
1 ovo
2/3 chávena de leite
1 colher de sopa de azeite (usei o da conserva de feta)
1 colher de chá de fermento em pó
100 gr. de tomate cereja no forno em metades
50 gr. de feta em azeite
20 gr. de folhas de manjericão**

Preparação:
Pré-aqueça o forno a 180º.
Reserve 1 metade de tomate cereja por cada queque.
Numa tigela bata o ovo com o leite.
Acrescente a farinha e o fermento misture bem.
Junte o azeite, volte a misturar e envolva o restante tomate, o queijo e as folhas de manjericão.
Distribua o preparado por forminhas de queques e coloque uma metade de tomate sobre cada um.
Leve a assar durante 20 minutos.
Retire do forno e sirva mornos ou frios para um lanche ajantarado acompanhados de salada a gosto.

* Quando publiquei esta preparação de tomate disse que os tomates iam ao forno com a parte cortada voltada para baixo - e foi assim que fiz das duas vezes. Não está correcto. Vão ao forno com parte cortada voltada para cima. É assim que está na publicação da Viciante. Provavelmente este erro explica o facto de nesta última rodada os tomatinhos continuarem a libertar imensa água mesmo depois de saírem do forno. Peço desculpa pelo lapso, já devidamente corrigido, resultado de uma leitura desatenta.

** O meu lindo vaso de manjericão foi atacado por 2 lagartas famintas. Para salvar o que pudesse cortei as hastes afectadas, descartei a folhas roídas e as restantes piquei (usei a bimby: juntei as folhas no copo com 500 gr. de água e triturei durante alguns segundos na velocidade 4) e distribui por cuvetes de gelo. Enchi as cuvetes com água e levei ao congelador. Agora quando precisar de mangericão é só descongelar os cubos de gelo.

25 de outubro de 2011

Descanso da cozinheira

O frio veio de repente e apanhou os desprevenidos como eu. Sábado de manhã o corpo começou a arrepiar-se e a doer-se. Mais umas horas e uma ligeira dor de cabeça e o nariz entupido confirmaram as suspeitas: a primeira constipação da época outono-inverno.
O D. assumiu a direcção da cozinha e eu passei a sous-chef e que tão bem me soube. Não fiz nem almoço, nem jantar. Descanso total. O D. é um óptimo cozinheiro (e mais organizado que eu, diga-se), por isso fiquei descansada a aguardar as iguarias e limitei-me a dar uma pequena mãozinha.
Ao almoço um prego em prato, com umas batatas fritas (nada de pré-congelados) pacientemente fritas na sertã, já que há muito dispensei a fritadeira, que ocupava espaço e dava um trabalhão a limpar. Há tanto tempo que não comia um prego em prato que a refeição me pareceu um manjar, mas o melhor estava para vir.


Ao fim da tarde, com um pôr-do-sol estonteante como cenário (quem diria que o Domingo ía ser tão chuvoso?), estreou o assador de castanhas. Brasa acesa e lá saem as castanhas quentinhas. Não que eu aprecie muito castanhas, mas acabadas de sair da brasa reconheço que são deliciosas.



Neste crescendo de iguarias o jantar excedeu-se: amêijoas à Bulhão Pato. Acreditem ou não, as melhores que comi até hoje. Deliciei-me. Extasiei-me. E mais não digo...

(Receita do D.)
Ingredientes:
1 kg de amêijoa preta
1 cebola pequena
4 a 5 dentes de alho
1 folha de louro pequena
Azeite q.b.
Vinho branco q.b.
Água q.b.
Sal q.b.
Jindungo (utilizei Jindungo com Wishky Quinta d`Avó)
Coentros q.b.
1 limão

Preparação:
Comece por preparar as amêijoas: coloque-as num recipiente com água e um pouco de farinha durante umas horas para que abram e larguem toda a areia. Passe por várias águas, escorra e reserve.
Pique a cebola finamente e leve a alourar, juntamente com o louro, num tacho largo com um fio generoso de azeite.
Junte 3 dentes de alho picadinhos e 3 gotinhas de jindungo e deixe refogar em lume brando sem queimar. Refresque com um golpe de vinho branco e acrescente as amêijoas. Tape para que possam suar e abrir.
Acrescente mais um golpe de azeite, vinho branco a gosto e água (cerca de 1/2 chávena).
Tempere com sal e, estando abertas, polvilhe com os restantes alhos picados.
Envolva as amêijoas no molho e deixe o molho fervilhar até ganhar sabor e reduzir um pouco.
Regue com sumo de limão e polvilhe com coentros.
Sirva com pão torrado e quartos de limão.

24 de outubro de 2011

Novidades

Nos dias que correm é inevitável falarmos da crise. Depois do Verão que se prolongou pelo Outono, é o tema de conversa mais frequente. Logo pela manhã o rádio acorda-nos com as mais recentes notícias da "crise" e acabamos o dia a ouvir fala dela. Penso que, finalmente, todos temos a noção que esta crise não é uma notícia empolada. Que é real. Que vai mudar o nosso modo de vida, que nos vai afectar de inúmeras maneiras. Na certeza de que nada é garantido, faz-nos temer pelo futuro .
Faz-me pensar em outros tempos. Tempos da minha meninice em que a maioria das pessoas vivia em casa arrendada, havia um carro por família (quando havia) e ninguém tinha telemóvel. As férias de muitas famílias ficavam-se pelo aluguer da barraca da praia durante os meses de Verão e só uma minoria fazia férias no estrangeiro. Faz-me pensar nas memórias dos meus pais dos tempos difíceis da sua infância, em que grande parte do que hoje servimos à mesa era um autêntico luxo e em que as mães de família faziam das tripas coração para fazerem do pouco muito. Faz-me pensar na noção de "economia doméstica". Na necessidade de gerir um orçamento. Na evolução que teve a nossa sociedade nos últimos anos que tão depressa esqueceu a poupança para entrar numa rota de desperdícios. Como se poupar fosse vergonhoso.
Precisamos de mudar. Não de retroceder no tempo, mas de encontrar um meio de gerir esta crise da melhor maneira. Reduzir alguns custos, será necessário, claro, mas também reorganizar o nosso modo de vida de forma a rentabilizar o que temos. Porque não começar na cozinha? Como? Reciclando. Comida no lixo é dinheiro deitado fora. A imaginação é o limite para uma refeição reciclada. Faz a refeição do almoço fora de casa? Leve a marmita! Olhe que está na moda.


Na minha cozinha tenho há muitos anos o hábito de aproveitar quase todas as sobras. Raramente vai comida para o lixo e como sou marmiteira, essas sobras transformam-se muitas vezes nos almoços semanais. E porque a minha cozinha é feita de muitas formas de cozinhar (as refeições práticas, as mais elaboradas, as experiências, etc.) vou passar a partilhar mais vezes as soluções que encontro para as sobras de comida e para as minhas marmitas.



As marmitas entram uma rubrica denominada "Projecto Marmita" e em simultâneo arranca outra rubrica: "Projecto Reciclar para Poupar". Na barra lateral do blogue irão aparecer as etiquetas respectivas em destaque e nelas se irão incluir os posts mais antigos com elas relacionados.
Fiz também alterações às páginas do blogue, passando a incluir uma página com algumas sugestões para organizar a marmita.

Artigos relacionados neste blogue:
Culinária Reciclada ou panquecas assadas de quinoa e peixe
E noutros blogues:
Vejam os textos que acompanharm as participações no Desafio Culinária Reciclada do blogue "Delicias e Talentos".

20 de outubro de 2011

Ainda o verão ... em forma de ameixa



Já fora de época o verão disse adeus...até para o ano. Aqui, por esta cozinha, quase que findaram as compotas de verão. Tenho ainda uns pêssegos para fazer um chutney que muito provavelmente irá integrar os cabazes de Natal, mas para já ficam aqui as ameixas que deram em licor e duas compotas.

Licor de ameixa:
Fonte: Fórum Bimby (Licor de ameixa da Isi)
Ingredientes:
400 gr. de ameixas vermelhas descaroçadas
200 gr. de água
150 gr. de vodka (ou bagaço)
50 gr. de açúcar mascavado

 
Preparação:
Na bimby coloque a água e as ameixas no cesto. Programe 30 min./varoma/vel.1.
Findo esse tempo, retire as ameixas e reserve-as para a compota.
Ao liquido que ficou no copo acrescente a vodka e o açúcar. Programe 7 min./90º/vel. 2.
Guarde numa garrafinha esterilizada. Pode consumir de imediato.

Compota de ameixa:
Pese as ameixas reservadas, coloque-as no copo da bimby e acrescente metade do seu peso em açúcar. Triture 5 segundos/vel. 5 (gosto de sentir pedaços de fruta no doce) e programe: 25 min./100º/vel. 1.
No fim retire o copinho da tampa e substitua-o pelo cesto virado ao contrário. Programe 20 min./varoma/vel. 1.
Retire um pouco do doce para um pires gelado, deixe arrefecer uns minutos e passe o dedo pelo meio, abrindo uma estrada. Se voltar a fechar rapidamente programe mais 5 ou 10 minutos na mesma temperatura e velocidade.
Guarde em frascos esterilizados.

Compota de ameixas com Porto e canela:
Proceda como acima, juntando ao açúcar e ameixas o vinho do Porto. Triture se quiser e depois junte 1/2 pau de canela. O procedimento restante é idêntico.

Notas:
1 - Foi a primeira vez que fiz licor e fi-lo pela curiosidade inata a quem gosta de cozinhar, já que não sou muito fã de licores, mas este apreciei por não ter ficado muito doce e porque a vodka é mais suave no sabor que o bagaço.  
2 - Sendo o açúcar um conservante, quanto mais açúcar tiver a compota por mais tempo a poderemos guardar (tendo em conta que o processo de esterilização dos frascos é bem feito, claro), mas como normalmente faço pouca quantidade de cada vez, quase só para consumo da casa, atrevo-me a reduzir o açúcar para metade do peso da fruta e até à data sem decepções. Esterilizo os frascos com álcool, enche-os com a compota e coloco-os num tacho com água quase até à tampa. Ferve durante 10 minutos e retiro-os da água (cuidado com os choques térmicos, para os frascos não partirem). Uma vez abertos conservo-os no frigorífico e tenho o cuidado de utilizar uma colher bem limpa quando utilizo o doce. Tenho algumas compotas que se conservaram durante mais de um ano sem ter aparecido qualquer bolor.
3 - Como foi a primeira vez que fiz licor não tenho a receita no modo tradicional. Já quanto á compota vejam aqui.

16 de outubro de 2011

Pão rápido de centeio



Comemora-se hoje o Dia Mundial do Pão e como sempre a Zorra promoveu o Bread Baking Day, desafiando-nos a fazer esse alimento básico e milenar que sempre faz honras nas nossas mesas.
O pão é um dos meus alimentos preferidos, senão o preferido. Gosto de pão simples, sem nada. A qualquer hora do dia. Gosto de acabar a refeição com um bocadinho de pão. Gosto de acompanhar a sopa com pão e o café também. Se tenho fome apetece-me pão e quando estou doente sem apetite a única coisa que me apetece comer é pão. Gosto de pão denso e escuro e gosto de pão fofo e macio. Gosto de crostas duras e de furar o miolo do pão mole.
A minha farinha preferida é a de centeio e gosto de lhe acrescentar outras farinhas de aromas e sabores rústicos: espelta, trigo sarraceno, gérmen de trigo. Os aromas tostados destas farinhas são magnificos. 
Já disse que gosto de pão? Pois é, e quase todas as semanas lá vai saindo um pão, ora no forno, ora na prática MFP.
Um dos meus planos para este dia passou por fazer um pão com isco de centeio. depois de ler atentamente as indicações no Zine de Pão, lá me lancei a fazer o meu isco, mas as coisas não me correram bem. Falhei a 1ª tentativa. Vou arrancar a 2ª, mas para já, na falta de isco, vou recorrer á MFP  e testar mais uma das óptimas receitas do livro "200 Receitas de Pão", de Joanna Farrow.O melhor pão de centeio que fiz até hoje.



Ingredientes:
200 ml de água morna
200 ml de iogurte grego (usei 1 iogurte natural de 125 ml completando o restante com água morna)
1 colher de chá de sal
375 gr. de farinha T65
175 gr. de farinha de centeio
30 gr. de gérmen de trigo (opcional)
1 colher de sopa de açúcar
1 colher de sopa de nozes e avelãs moídas (opcional)
2 colheres de chá de fermento desidratado (fermipan)

Preparação:
Coloque os ingredientes na cuba da MFP pela ordem indicada.
Escolha o peso do pão - 750 gr. - e o nível de tostagem médio.
Programe "Pão rápido" (na minha máquina demora 1h30m).
Findo o programa, retire a cuba e desenforme o pão. Retire a pá e deixe o pão arrefecer sobre uma rede.

14 de outubro de 2011

Massa de Outono

O Outono trouxe maçãs e abóboras e castanhas. Trouxe a vontade de fazer estufados e guisados, de aquecer a cozinha, não fosse o calor de verão tardio que nos faz aproveitar os raios de sol até ao limite. Quis celebrar as cores desta estação e o cor-de-laranja sobressaiu: no pôr-do-sol  quente a prometer dias azuis e nas folhas das àrvores a lembrar que o ciclo da natureza continua.
Na minha bancada da cozinha uma abóbora manteiga diz-me que o outono está mesmo aí e que mesmo com calor não faz mal uma comida de conforto. Só para antever os dias que virão.




Ingredientes:
Fetuccini ou outra massa fresca à escolha (usei folhas de lasanha fresca cortada em tiras)
1 abóbora manteiga
100 gr. de cogumelos brancos
50 gr. de presunto
1 cebola
1 dente de alho grande
1 haste de alecrim
Vinho branco q.b.
Azeite q.b.
Sal q.b.

Preparação:
Coza a massa al dente e reserve.
Limpe os cogumelos com um paninho ou papel de cozinha, retire os pés (guarde-os para fazer caldo de legumes) e fatie-os.
descasque a abóbora, retire as sementes e parta-a em cubos.
Num tacho largo deite um fio de azeite, o alecrim, o dente de alho esmagado e junte o presunto cortado em cubos e a cebola em gomos. Deixe refogar, em lume médio, até a cebola amolecer. Não deixe queimar o alho.
Acrescente os cogumelos, tempere de sal e refogue-os durante cinco minutos.
Refresque o refogado com um golpe de vinho branco e abafe o tacho, deixando o vinho evaporar.
Acrescente a abóbora e um pouco de água, reduza o lume e deixe estufar até a abóbora estar cozida, mas não desfeita. Vá acrescentando água para que o estufado não seque e tenha algum molho no final.
Quando pronto rectifique os temperos e acrescente a massa, envolva e sirva.

Nota: É um excelente prato para levar na marmita. Pode, inclusivé, congelá-lo em doses individuais. Quando precisar retire a embalagem do congelador no dia anterior e coloque na prateleira inferior do frigorifico. Para servir pode acrescentar queijo ralado ou um bechamel e gratinar, tendo o cuidado de, neste caso, retirar alguma da água que entretanto os legumes libertaram.

10 de outubro de 2011

A conspiração do chocolate

Gosto sempre de ter na despensa uma barra de chocolate de culinária. Gosto de pensar que é para fazer uma mousse de chocolate ou um chocolate quente no inverno. Gosto, mas quando dou por ela geralmente a barra já vai a meio desaparecendo sem eu me aperceber, mas sabendo eu bem como e quem está por detrás do "crime". Suspiro e penso: será para a próxima. Mais uma barra de chocolate. Desta vez bem escondida num canto do frigorífico, disfarçada, dissimulada, esperando que nenhum acaso levasse certas mãos até lá. Por ali ficou a aguardar o momento e eu a pensar na mousse quando olhava para ela.
Veio o feriado, o 5 de Outubro, o dia solarengo convidou e nós fomos até à Estalagem Porto Antigo, em Cinfães do Douro, desfrutar de um bom almoço com vista para o rio Douro. Buffet de sobremesas para finalizar e lá estava a mousse, tão bem nossa conhecida, tão cremosa, tão..., mas não, não nos vamos tentar, vamos ficar pela fruta para aligeirar horas de preguiça e não pesar na viagem de regresso. E a mousse de chocolate sempre a bailar no meu pensamento.



Sábado à noite, fazendo zaping pelos canais da cabo. Olha, está a dar o Masterchef. É a semi-final, deixa lá ver. Primeiro desafio. São apresentadas as receitas e ... mousse de chocolate para a sobremesa. Será conspiração? Acompanhamos o desenrolar do programa sempre de olhos postos na mousse. As apresentações finais deixam-nos de sorriso guloso nos lábios. Não resisto mais. Amanhã a sobremesa vai ser mousse de chocolate.



Ingredientes (rendeu 2 taças individuais e 2 copinhos de iogurte)
175 gr. de chocolate de culinária Pantagruel (25 gr. já tinham tido outro destino)
50 gr. de manteiga
4 ovos (gemas e claras separadas)
4 colheres de sopa de açúcar (opcional)
Whisky a gosto (opcional - usei uma tampinha da garrafa, mas quem quis acrescentou mais na própria taça)
Frutos secos (opcional - usei nozes e avelãs)



Preparação:
Derreta o chocolate juntamente com a manteiga em banho-maria ou no micro ondas, tendo, neste caso  cuidado para não queimar o chocolate. Se optar pelo micro ondas utilize a potência máxima em intervalos de 30 segundos, mexendo entre cada intervalo. Quando ao mexer o chocolate for derretendo não volte ao micro ondas.
Bata as gemas com o açúcar e junte o chocolate derretido ligeiramente arrefecido, envolvendo bem.
Bata as claras em castelo e incorpore com uma espátula em movimentos de baixo para cima para que não percam o ar.
Distribua por taças e leve ao frigorífico até ao momento de servir.
Se gostar polvilhe com frutos secos trituarados.

Notas:
1 - Pode aromatizar a mousse com outra bebida a gosto. O vinho do Porto é uma boa opção e realça o sabor do chocolate. No Masterchef uma das cocorrentes optou pelo vinho da Madeira e outra optou por juntar tomilho, o que me pareceu também uma belissima ideia. As receitas respectivas estão aqui:

2 - Normalmente uso 4 ovos para 200 gr. de chocolate, mas há quem utilize 6 ovos para esta mesma quantidade, tal como reduzi substancialmente a manteiga (receitas com muita manteiga impressionam-me,  tenho sempre que a reduzir o mais possível), claro que assim tenho menos quantidade de mousse.

3 - O copinho de iogurte, que está na foto, veio comigo na marmita.

7 de outubro de 2011

Iogurtes de baunilha



É a minha segunda produção de iogurtes caseiros. A primeira, iogurtes de limão e canela, não foi aqui postada, mas há-de ser repetida. Na primeira ronda os iogurtes não ficaram com a consistência cremosa que gosto, mas ainda assim ficaram bem saborosos. Estes já ficaram mais a meu contento. O melhor destas receitas é o facto de não ter que comprar uma iogurteira, que não é uma máquina nada cara, mas enfim é sempre mais uma máquina para guardar. Vi esta forma de preparação no "No soup for you" e não resisti a experimentar.
Apresento apenas a receita na bimby (e aqui está mais uma forma de potenciar a "maria electrónica"), mas podem fazer a preparação no fogão. Se tiverem iogurteira depois de concluírem a receita deitam a mistura nos copinhos da iogurteira e fazem como habitualmente, caso não tenham ou não queiram estar a comprar distribuam o preparado por copinhos, de preferência com tampa, e abafem-nos: eu uso um saco/lancheira térmico das pequenas (daquelas que nos oferecem como brinde nos supermercados). Coloco os copinhos dentro de dois sacos plásticos e estes dentro da lancheira. Embrulho-a numa manta e guardo no forno desligado, mas que foi aquecido a 50º.
Esta receita, vinda do blogue da Patrícia, o "Coco & Baunilha",  rendeu-me 6 copinhos de iogurte - três de 125 ml e três de 175 ml - num total de 900 ml de iogurte. Um deles há-de servir para os iogurtes da próxima semana.

Ingredientes:
750 gr de leite meio gordo
1 iogurte de baunilha (ou natural)
2 colheres de sopa de leite em pó
75 gr. de açúcar
1/2 vagem de baunilha

Preparação:
Deite o leite no copo da bimby e junte as sementes da baunilha (abra a vagem e raspe o interior com uma faca ou colher) e também a vagem. Programe 7 minutos/100º/colher inversa/vel. colher.
Deixe arrefecer até aos 50º (retire o copo da base para arrefecer mais depressa), retire a vagem da baunilha e acrescente o açúcar, o leite em pó e o iogurte. Misture 15 seg./vel.4
Distribua o preparado por copinhos com tampa* e leve à iogurteira ou envolva-os em 2 sacos de plástico e embrulhe numa manta polar e coloque no forno pré-aquecido a 50º mas já desligado e deixe aí por 10 a 12 horas.
Passado este tempo guarde os iogurtes no frigorífico durante pelo menos 4 horas antes de consumir.

Notas:
*  Como não é fácil encontrar iogurtes em frasco de vidro com tampa (até agora só vi no El Corte Inglés) pode sempre usar frascos de vidro sem a tampa e cobri-los com película aderente e, se necessário, segurar a película com um elástico.

5 de outubro de 2011

Lombo recheado com farinheira e requeijão


Foi a primeirissima vez que fiz uma carne recheada. Podia ter pedido no talho para que ma preparassem, mas preferi arriscar. Segui o meu instinto, não ficou uma perfeição, mas ficou delicioso. Meia farinheira que aguardava no frigorifico ditou o mote para o recheio. Acompanhou-a o requeijão em final de prazo e os espinafres porque há que ter sempre um verde no prato e a conjunção dos três pareceu-me certíssima. Não me enganei.
Sendo certo que o lombo é por vezes ingrato tornado-se seco quando demasiado assado, mas não se querendo encruado, estive atenta ao tempo de forno e no fim retirei a carne e embrulhei-a em papel de alumínio, deixando-a descansar enquanto as batatas continuavam a alourar ao gosto dos comensais. Normalmente não incluo esta etapa nos meus assados, até porque vou para a cozinha já em cima do acontecimento e quando a carne fica pronta só há mesmo tempo de a transportar à mesa, tal é a ansiedade de quem espera, mas desta vez tomei os cuidados necessários. Fui para a cozinha com a antecedência que exige um bom assado e o resultado foi um lombo macio e saborosissimo. Dito por quem o provou!

Ingredientes:
1,5 kg de lombo de porco
1 dl de vinho branco
1 folha de louro
3 dentes de alho grandes
1 colher de sopa de massa de pimentão
1 haste de alecrim
Sal e pimenta q.b. (em substituição da pimenta uso 1 pouco de malagueta)
Azeite q.b.
1/2 farinheira
1/2 requeijão
200 gr. de espinafres
1 cebola
1 cenoura
Batata para assar q.b.
Salada a gosto q.b.

Preparação:
Apare algumas gorduras do lombo e com uma faca afiada abra-o de forma a ficar com uma peça inteira e mais baixa (ou peça no talho para o prepararem para rechear).
Descasque e pique os alhos e coloque-os num almofariz com um punhado de sal, 1 colher de sopa de azeite, folhas de alecrim e a massa de pimentão. Esmague muito bem até formar uma pasta.
Barre o lombo com esta pasta, coloque-o num recipiente, junte a folha de louro e regue-o com o vinho.
Tape e guarde no frigorifico, deixando-o tomar o gosto dos temperos até ao dia seguinte.
Pré-aqueça o forno a 220º.
Prepare as batatas para assar.
Retire a pele à farinheira e desfaça-a com um garfo.
Desfaça também o requeijão.
Se preferir coza os espinafres (eu usei-os em cru) e escorra muito bem.
Escorra a carne, reservando a marinada e coloque-a sobre uma tábua de cozinha, com a gordura voltada para baixo.
Espalhe sobre ela, deixando cera de 1/4 livre numa das pontas, o requeijão, a farinheira e os espinafres.
Enrole a carne começando pelo lado recheado até á ponta que deixou sem recheio.
Amarre a carne com fio de cozinha.
Descasque a cebola e a cenoura e corte a primeira em gomos grossos e a segunda em rodelas. Faça uma cama com estes legumes numa tabuleiro de forno ou assadeira. Regue com azeite e pouse sobre eles o lombo. Regue com a marinada.
Leve ao forno com a parte da gordura voltada para cima e rodeada de batata. Mantenha a temperatura durante os primeiros 20 minutos ou até a carne se apresentar dourada. Reduza, então, para 190º e deixe assar, regando de vez em quando com os sucos do assado e voltando a carne a meio do tempo.Para calcular o tempo de assadura conte 20 minutos a 220º e 40 minutos por cada quilo a 190º.
Retire a carne do forno e embrulhe-a em papel de alumínio, deixando-a repousar cerca de 20 minutos antes de servir. Desta forma a carne retém os seus sucos e não ficará seca.
Sirva com batata assada, salada a gosto e espinafres (se sobrarem) salteados.

3 de outubro de 2011

Doce de tomate com Porto e canela



Este ano a minha cozinha foi invadida por doces e ainda não acabou por aqui. Além da tradicional marmelada espero conseguir ainda deitar a mão a ameixas brancas e pêssegos para mais uns frascos. Depois do doce de tomate com malagueta  ervas de provença deixei-me encantar pelos aromas da canela e do vinho do Porto pela mão da Helena no seu "Sabores de Canela".

Ingredientes:
600 gr. de tomate maduro
170 gr. de açúcar
1 pau de canela
1 cravinho
2 cascas de limão (apenas a parte amarela)
20 ml de Vinho do Porto

Preparação:
Pele o tomate: faça um corte em cruz na base, megulhe-o em água a ferver e de seguida em água fria e puxe as extremidades da pele a partir dos cortes que fez.
Se tiver muitas sementes retire parte e coloque-o, cortado em pedaços no copo da bimby, juntamente com o açúcar. Triture 10 segundos/vel.5.
Junte o pau de canela, o cravinho e o vinho do Porto. Programe 20 minutos/100º/colher inversa/vel.colher.
No final deste tempo substitua o copinho pelo cesto virado ao contrário e programe 20 minutos/varoma/colher inversa/velocidade colher.
Verifique se o doce está no ponto, colocando um pouco num prato e passando o dedo pelo meio do doce. se abrir uma estrada está pronto. Se estiver muito fluido programe mais 5 minutos.
Retire as especiarias e as cascas de limão e guarde em frascos esterelizados.

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